27 de dezembro de 2011

Equilibrios

A "Praça da Alegria", na RTP 1, acaba de apresentar um equilibrista notável - disse o locutor do circo onde  o artista se apresenta diariamente. 
Equilíbrio sobre rolos ou sobre uma esfera, como se viu, parece, de facto, difícil; o risco de um trambolhão é real, mas a "Praça", se quiser aumentar as audiências, basta convidar qualquer português comum - todos somos artistas "talentosos" na arte  de  equilibrar as finanças, a própria vida, enfim...

18 de dezembro de 2011

"Honi soit qui mal y pense"

                                  Imagem retirada do blog 
          "O sítio dos desenhos",com a devida vénia

O Primeiro Ministro, simpático e altruísta, sugeriu aos professores desempregados uma solução que nada tem de inédita, por isso não admira que, mais cedo ou mais tarde, os docentes demandem o Brasil ou iniciem uma aventura num local remoto dos países de África onde o português é língua oficial.
O "tuga" sempre procurou outras paragens em busca da fortuna. Por norma, o nosso emigrante, assimila com facilidade os hábitos e costumes dos outros povos, e se a vida lhe corre de feição fica no país adoptivo por longo tempo. A “proposta”, de facto, não tem nada de extraordinário – ou terá?
Segundos os Censos, somos" muitos": 10.555.853! É preciso cortar, reduzir, eliminar!
- Para os mais velhos, o Serviço Nacional de Saúde “dá” uma ajuda!
- Para os excedentários na plenitude das suas forças, o Ministro dos Negócios Estrangeiros certamente “dará” um empurrão!
Passos Coelho não sabe o que o futuro lhe reserva, talvez se mantenha no poder por meio século, ou emigre, como fez o seu antecessor e outros de ”boa memória” (António Guterres e José Manuel Barroso).
Marcelo Caetano “também emigrou” para o Brasil…

16 de dezembro de 2011

Como pagar a dívida rapidamente

Li a intervenção do deputado socialista Pedro Nuno Santos durante um jantar e, confesso, fiquei perplexo com o uso de alguns termos linguísticos, quase sempre ditos no aconchego de uma “conversa em família” e não assim, aos microfones, e perante largas dezenas de pessoas, simpatizantes ou não do Partido Socialista. Depois, voltei à leitura da mesma matéria num outro jornal, onde a introdução do artigo fez alguma luz sobre o estar, ou não, “de joelhos” perante os senhores que nos emprestaram mãos cheias de“trocados”, que havemos de devolver com juros altos, claro…
O deputado Pedro pode ter sido “bruto” e politicamente incorrecto, mas provou que não é tolo; por certo os seus argumentos estavam “pesados” e pensados, atravessados no gorgomilo, e o momento foi o que considerou ideal para entrar no compêndio das estórias das coisas simples, isto é, “marimbou-se” em cuidar das palavras, foi direito ao assunto, como a gente do povo faz quando entende que tem a razão do seu lado, como agora.
Outro texto sobre o mesmo tema tem a assinatura de Daniel de Oliveira e está na página on line do Expresso (http://aeiou.expresso.pt/-escandalo-um-deputado-nao-esta-de-joelhos=f694701). Vale a pena ler – eu li e gostei!
Para remate de croniqueta sem pretensões, como ando “feliz da vida”, adianto uma ideia libertina, que o Governo pode aproveitar como sua: que tal vender o país a retalho? Querem melhor solução para liquidar rapidamente o empréstimo da troika?
Faço anúncio, desde já, que sou legítimo proprietário de uma parcela de terreno com bons acessos; precisava rentabilizar “aquilo” – vendo a pronto!

12 de dezembro de 2011

Chá de tília

Quando se toma "chá desde pequenino", não se chamam nomes feios às pessoas, muito menos aos chefes, do Governo e/ou outros de quem dependemos para respirar um pouco de tranquilidade cívica (leiam, por favor: mais Justiça, menos taxas  no S.N.S., mais segurança de pessoas e bens, etc, etc...), daí ficar entre o calado  e o silêncio das palavras neste  Natal...
Passos, Relvas e outros cavalheiros do mesmo grau e qualidade, certamente hão-de fazer chegar ao povo que somos as "boas festas" da praxe. Por mim, dispenso o cinismo com enfeites de arrogância. 

8 de dezembro de 2011

Greve geral às doenças

"Não tarda, haverá guerra de "tiros" um pouco por todo o lado..."
Mais palavra menos palavra, ouvi um sujeito do alto sua cátedra vaticinar o breve futuro nestes termos. 
Uns afiançam  que, depois,  a paz será mais prolongada no tempo; outros vão mais longe e afirmam que a Europa JÁ ESTÁ em guerra - falta carregar nos botões de uma "qualquer consola" reservada para o efeito. Quando um louco endoidar, isso é certo! Sobre a paz que há-de vir, quem ficar por cá, dirá...
Em Portugal, estou em  crer que não será necessário chegar a este extremo. Tiros? Não, aumentam-se os custos com  a saúde e basta: não há tiro mais certeiro! Há que reduzir, cortar, eliminar -  o resto é questão de tempo, seremos menos...
 "Morrer assim", NÃO - este é o momento certo para "decretar"  greve geral às doenças! Se aderirmos em força, os hospitais deixam de ter clientes, os médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar idem aspas aspas. O Governo - este Governo! - sofrerá na pele a saúde  de todos nós, acabará por adoecer de raiva e morrerá! Lágrimas, só as das carpideiras profissionais...



25 de novembro de 2011

Negócio de ocasião - pago a pronto

PEQUENAS E CURTAS PARA ENTENDEDORES DAS CRISES - HÁ QUE POUPAR NAS LETRAS

1 - O  diário Correio da Manhã de hoje publicita  em trinta e seis - 36 -  páginas a venda de  imóveis e outros bens em Execução Fiscal...
2 - Como desconheço o custo de cada página, liberto-me da responsabilidade da conta de multiplicar... 
3 -Sendo certas as dificuldades económicas da Imprensa escrita, um "caderno " com esta avalanche de  anúncios é um balão de oxigénio para  a empresa que detém a propriedade do jornal...
4 - Tenho as minhas dúvidas se há clientes para os produtos que as Finanças colocaram no mercado...
5 - E se não aparecerem interessados nas licitações?. ..
6 - É possível as Finanças  venderem ao desbarato?
7 - As feiras  são um excelente chamariz para os "bons negócios"...
8 - As Finanças, se calhar, preferem  a "Feira da Ladra" ou a de Carcavelos, em detrimento da do "Mont'Alto", em Arganil  - para que se saiba, realiza-se à quinta feira...
9 - Estou comprador de um dos bens  em leilão (qualquer coisa, desde que esteja na garantia...)... pelo preço simbólico de um cêntimo - negócio de ocasião, pago a pronto!
10 - ... Por volta do meio dia, quinta vou à feira.

21 de novembro de 2011

A solução está "ao virar da esquina"

...


Com tanta "incompetência" à vista,  não é de admirar que  se recorde  Alves dos Reis



Não é minha intenção contribuir para o aumento da tristeza do povo que somos, pelo contrário: entre o sorriso amarelecido e o gargalhar, que tal acreditar na inspiração das mentes maquiavélicas seguidoras do "guru" Alves dos Reis? Convenço-me de que a solução para a crise do dinheiro (que não temos!) está "ao virar da esquina" - anda por aí gente esperta e inteligente que bem pode ficar na História...


Sei de um sujeito com "jogo de cintura" para um pé de dança, a solo ou no enleio de outros braços, não importa o ritmo, e que bem podia fazer parte da casta dos iluminados na arte da vigarice. Quis o destino a modéstia dos pequenos feitos que lhe são creditados, o que é pena, por não permitir “…calar uma emoção tão salutar como a inveja, que é o desejo de estar melhor (e não necessariamente o desejo de o outro estar pior), leva a quê? Ao sufoco, à castração emocional…” - segundo a opinião do escritor Rui Zink.


Para o tal sujeito, Duarte Lima é uma "pedra no sapato" porque cometeu grandes feitos, definitivamente fica na História, o tal sujeito não fará parte dela, da História... mas tem (terá!) estórias para contar! Por mim, que sou "puro de pensamentos", coloco-o num pedestal, ao mesmo nível do mediático Duarte Lima, embora lhe retire o nome na estatueta , fica anonimamente conhecido - é quanto basta para as honrarias dos iluminados da casta a que pertencem.


Com tanta "incompetência" à vista, não é de admirar que se recorde Alves dos Reis...


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LER AQUI:

18 de novembro de 2011

Y no creo em brujas...

Segui de muito perto  as notícias sobre a detenção do dr  Duarte Lima e ouvi com atenção  os pormenores sobre a negociata de uns terrenos, lá para os lados de Oeiras... 
Qualquer semelhança com outras estórias conhecidas por aqui é pura coincidência - e mais não digo, porque a raiva que me atormentou o "estômago" durante o dia inteiro não é boa conselheira para quem tem a mania de desenhar palavras com letras de forma (ou outras!); por isso, dou de barato as conversas de café  sobre a existência, ou não, de "bruxas". Como dizem os espanhóis,y no creo em brujas, pero que las hay, las hay !






15 de novembro de 2011

Trovadores

São dois, os trovadores.O de cor amarela, sem raça definida,  veio comigo do "Ritual Bar",  onde  participava nas "cantigas ao desafio"  com o "Pavarotti" de boa memória; o  outro, um  "ágata",  mal acorda, afina a "voz"  para o concerto que dura até ao anoitecer. E há flores no jardim interior porque não sei viver sem elas!

12 de novembro de 2011

Por favor, não me tirem o "meu feriado"

Para o ano, quem é de trabalho, terá mais uns dias para mostrar as suas aptidões. Sabe-se que está na forja  uma negociata para retirar do calendário  quatro  feriados! 
A Igreja Católica tem alguns "para a troca" e fez saber que sim senhor, deixa cair dois, se o Governo fizer o mesmo; quer dizer: os feriados civis “têm” dono, por isso… faça-se a vontade de quem mais ordena (não, não é o povo, isso é coisa do PREC…) e retirem-se da circulação, por exemplo, dois dos feriados que não "fazem falta nenhuma": 1 de Dezembro e 25 de Abril. Assim, como assim, alguém está interessado em festejar revoluções e outras datas parecidas, como o 5 de Outubro? “Tou” a brincar, claro, estas três memórias são marcos importantes da nossa História, DEVEM continuar a merecer festa  rija!
No que à Igreja diz respeito, alguns são intocáveis,claro; deixo um apelo a quem tem  a decisão na ponta da caneta: por favor, não me tirem o "meu feriado", 1 de Novembro, “Dia de Todos os Santos” – é o único em que me “revejo”…

8 de novembro de 2011

Saiu-me na rifa o dia em que nasci



Ontem, dia sete, saiu-me na rifa o dia em que nasci. Não digo em que ano... porque perdi a memória, não me lembro...


Lembro, isso sim, as dezenas de pessoas que neste dia marcaram presença através de simples mensagens e/ ou lembranças, algumas comoventes - as pessoas fizeram parte da minha vida durante quase uma década, e as lembranças são para a vida inteira!


Vieram os ritualistas em peso, e eu gostei de os ver chegar. O RITUAL BAR foi o aconchego de um gostar diferente, como as palavras que alinho, daí que a mensagem de parabéns deixada pela Raquel Silva tenha o significado de "um amor perfeito" pela poesia das palavras que identificam os diferentes cocktails, inventados e servidos - todos eles! - com dedicatória; como perdi a memória, não me lembro... de quem mereceu tais privilégios...


Possivelmente, o RITUAL BAR foi o melhor local para outros aconchegos: música, poesia, exposições de pintura e artesanato, além das palavras, muitas e excelentes palavras: debates de ideias e estórias sem fim!


Agora, de forma singela, é minha intenção prestar homenagem à "família ritualista" através das palavras da Raquel :


"Saudades... Saudades de beber Saudades,Ternura, Amor Perfeito (sem canela), Quinas e os batidos com gelados sem esquecer as Tostas Misticas... Saudades das conversas da música e dos livros, das sessões de poesia...e do jambé... enfim... Saudades...".


Com uma "lágrima ao canto do olho" e o coração a bater mais apressado, fico por aqui num abraço - o abraço é apertado quanto baste...

Aos amigos do "depois" do RITUAL BAR, gratidão maior por partilharem comigo a atenção dos afectos...

5 de novembro de 2011

Sala de memórias

sonho com uma "sala de memórias" (o nome tem a chancela do dr. Nuno Mata) no edifício da antiga escola primária do meu sítio.

Sou  avesso à exposição de alfaias agrícolas  e outros objetos enquanto regra, como se o passado estivesse  reduzido ao trabalho rural, de sol a sol. Todas as aldeias, como a minha, têm uma História que não pode ser contada apenas e só pela visão de um arado, de um ferro de engomar, de um prato recuperado com  agrafos (chamavam-lhe "gatos"!), de um alcatruz, etc, etc - podia continuar a citar objetos  usados pelos nossos antepassados, trazendo à memória um pouco da minha infância ,repartida pela aldeia e umas quantas visitas a Almada, onde  tinha familiares.
O sonho ocupa-me a mente quando  recortes da "Comarca de Arganil" - com a bonita idade  de um século! - ou imagens como a que escolhi para ilustrar esta  croniqueta, chegam às minhas mãos.  
- "Lavadeiras" -  chamo-lhe assim porque a  fotografia retrata a ocupação de algumas mulheres durante determinado período do verão, quando os "senhores do Chiado"  vinham passar férias ao palacete da família Nunes dos Santos. Acrescento: os fundadores dos Grandes  Armazéns do Chiado, de boa memória, eram naturais daqui, do Barril de Alva, uma aldeia maneirinha nos seus 3,3 kms, bem servida de acessos e de outros pequenos "luxos", que se orgulha do "seu" rio Alva  e de algumas das pessoas  que por cá ergueram obra de relevo, a vários níveis, tendo em vista o bem estar do povo.
Na imagem, salta à vista uma roda de alcatruzes que, durante o estio, alimentava as várzeas através de levadas com a água a transbordar. No concelho de Arganil havia dezenas destes engenhos - hoje, no meu sítio,  existe um, decrépito, triste, sem uso, mas bonito como cenário. Talvez lhe deem vida na próxima primavera...
É bom de ver que o  meu sonho passa por trazer para a sala de memórias documentos  onde possamos (re) descobrir as nossas origens e "conviver" com os nossos antepassados.

Isto hoje “deu para o torto”

Bolas, estou sem ideias “brilhantes” para um texto.
Comecei por escrever sobre o provável - é quase certo! - casamento da minha freguesia com a vizinha do lado, porque não reúne os requisitos do “Documento Verde” para manter o estatuto que lhe foi concedido pelo Estado há oitenta e oito anos; desisti e avancei nas teclas com outro tema, voltei atrás e fiz “delete”, e agora vejo-me perante a teimosia da minha mente, “ vá, continua, não desistas”, eu a tentar explicar-lhe que estou “vazio” de ideias, ou por outra: ideias, tenho, mas nenhuma delas é flor que se cheire – alguém estará interessado na leitura de uma das minhas raivinhas? Não creio…
Imaginem esta situação absurda de me sentir com “cara de parvo”, a olhar para o ecrã do “Asus” como quem olha para um espelho; não tenho o retorno da imagem, e isso que importa? Importante é como me entendo, ou não, com as palavras.
Passa da meia-noite, é preferível ficar por aqui – isto hoje “deu para o torto”!

2 de novembro de 2011

O Francisco joga à bola, é capaz de se "safar"...



"O Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Alexandre Miguel Mestre, defende que os jovens que se encontrem no desemprego devem “sair da zona de conforto” e partir “além fronteiras”.


"A notícia veio assim mesmo, do nada, do invisível das coisas boas, gentis, simpáticas, e eu deixei-me ficar em sossego mas pensativo sobre o rumo que a família há-de tomar nas vésperas de uma capicua de primaveras, que espero festejar em breve com meio quartilho ao almoço.


O assunto “não tem a haver comigo”, estou distante da juventude, mas tenho filhos e netos, os primeiros “já encaminhados”, como se diz por aqui, e as crianças nos bancos da escola dos "mais pequenos" (excepto o Gonçalo, que já é "grande" e está numa "escola dos grandes", na Universidade...).


Tenho para mim que o senhor Miguel Mestre conhece mal a História; de outro modo, lembrar-se-ia que as “nossas” províncias ultramarinas foram entregues aos seus proprietários logo a seguir à “Revolução dos Cravos”. Portanto, a antiga África portuguesa não pode ser o destino à escala dos milhares; a maior parte dos países da Europa estão pelas ruas da amargura, a América do Norte também, e mais para o Sul não se pode embarcar sem “mais nem menos”.Talvez as arábias, mas não é aconselhável…


Obviamente, há mais destinos a levar em conta se os meus filhos (e netos) tomarem a decisão de seguir os sábios e altruístas conselhos do senhor Mestre, a quem compete DIZER de viva voz onde estão as portas escancaradas para outra “zona de conforto” (“zona de conforto” é uma frase bonita e “confortável”, como se fosse um sofá dos Aquinos…)!


Pensando bem, de todos os meus netos, o Francisco, pequenote e reguila, como convém, é “capaz de se safar”: joga à bola, é guarda-redes. Desde que “assine” pelo Real Madrid, nunca se sabe…".

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P.S.

Agora, a "sério": o tema é insosso para o meu lado - nenhum dos meus está no desemprego, à excepção da Rita, que vai agora à Finlândia apresentar o seu artesanato enquanto o seu "mais que tudo", o Rui, como DJ,, "passa música".

A croniqueta vai com dedicatória para a malta da "geração rasca", que bem precisa de "portas escancaradas"...

31 de outubro de 2011

"Um líder não se faz: já nasce feito"



O dia de domingo foi atarefado, a ponto de me perder nas horas do jantar; verdade seja dita que a culpa vai para o ritual da mudança da hora. Posso, ainda, endereçar uma parte da culpa para a conversa animada que mantive com amigos ao fim da tarde sobre um tema que há pouco foi superiormente esmiuçado pelo professor Marcelo Rebelo de Sousa na TVI, quando se referiu às questões que o Governo tem entre mãos, como o Orçamento, que vê a sua discussão adiada.


Argumentava o professor que os membros do Governo, a começar pelo primeiro-ministro, têm de ser transparentes - digo eu: nas palavras e nos actos. De transparência se falou, também, durante a conversa de amigos esta tarde.


O associativismo, aqui no meu sítio e arredores, tem carência de lideranças capazes de levar a “bom porto” algumas instituições - do desporto à cultura, há um vazio de pessoas válidas que não pode deixar de preocupar quem tem memórias vivas de um passado recente. Entende-se não ser apelativo “dar o corpo ao manifesto”, oferecendo tempo e dinheiro em troca de quase nada, melhor: recebendo como reconhecimento do seu esforço e dedicação, desconfianças e palavras amargas. É por isso que (quase) ninguém aceita liderar um grupo, assumindo a gestão de algumas colectividades, que correm o risco de fechar portas por falta de “carolas”. Naturalmente, há excepções, algumas credíveis, outras nem por isso… por falta de transparência, até na assunção da ausência das próprias limitações, intelectuais e/ou outras.


Escreve um famoso psicólogo: “…é comum dizer-se que um líder não se faz: já nasce feito!...” Tenho as minhas dúvidas...

25 de outubro de 2011

Aquilo é mesmo uma galena

Comprei uma “alta fidelidade” pela fortuna de  um euro e meio numa loja chinoca!
O aparelhinho “dá “ música desde que rode o botão do volume no sentido dos ponteiros do relógio; como não tem ecrã nem qualquer outro sinal informativo da frequência, é ao “calhas”, às vezes “apanho” a Antena 1, outras a Renascença e por aí fora até ao máximo de cinco, o que abona da potência da minha rádio galena – sim, aquilo é mesmo uma galena, mas das modernas, com pequenos circuitos integrados e tudo, bem diferente daquelas que ajudei a construir quando era “puto”. Lembro-me que uma das peças fundamentais do aparelho, que também “dava” música, era um carrinho de linhas sem elas, as linhas…
Diariamente, a mania (o vício, sei lá!), da música “obriga-me”   a carregar no “on”  de um outro aparelho, muito mais sofisticado e grandinho, que tenho na casa de  banho. Há dias, o aparelho “adoeceu”, cansou-se, e eu, por uns tempos, substituí-o pela galena. Aleatoriamente, “dá-me” a música de uma qualquer emissão de rádio, como disse, sem “avisar” de onde é emitida (a música); hoje, o nome da “estação” estava identificado pelos acordes do piano, muito bem acompanhado por uma orquestra sinfónica: Antena 2!
Moral da estória: “pelo andar da carruagem se conhece quem vai   lá dentro”…
… Já agora, por falar em história (com H…): quem se lembra das galenas e do telefone construído com um fio e duas caixas de fósforos?

Rádio galena



O “vermelho” quase não se nota, mas existe

O meu sítio e o meu concelho, em termos políticos, é maioritariamente “laranja”, um pouco “rosa”, uma pitada de “azul”, e o “vermelho” quase não se nota, mas existe.
Perante este cenário, as grandes acções partidárias, obviamente têm o peso que a força da simpatia lhes confere, sobretudo nos comícios (e “bebícios”!) em tempo de eleições, sejam elas quais forem. Fora isso, raramente os partidos políticos vêm para a rua falar às massas; as excepções, quando existem, quase nunca são consideradas relevantes.
Este tempo de múltiplas crises é o “campo de batalha” para, pelo menos, um partido não deixar esmorecer os seus princípios filosóficos; alguns dos seus destacados militantes desdobravam-se em sessões de esclarecimento, assiste quem quer, com ou sem aplausos, mas por maior que seja a distracção de quem se faz presente, há sempre uma frase do orador, uma ideia, talvez um argumento a reter...
O Partido Comunista Português é o exemplo puro do que ficou dito mais atrás…
Depois de largos anos de ausência das festas políticas que não sejam bastante “rosa”, este fim de semana, no sábado, durante o almoço do aniversário de uma instituição social e cultural, usou da palavra o ex candidato às últimas eleições presidenciais e deputado com assento na Assembleia da República, Francisco Lopes. Sendo natural “daqui perto”, de Vinhó, a sua presença foi entendida como ilustre, e não teve qualquer cariz político, embora a situação do país estivesse presente no discurso, como era esperado. Francisco Lopes “entregou a carta a Garcia” sem ser “chato” com as palavras acertadas, foi atentamente escutado e recebeu palmas.
Domingo, agora no meu sítio, durante a tarde, com a chuva por perto, durante um convívio no “parque de merendas” o deputado Bernardino Soares, líder de bancada do PCP, foi brilhante na sua intervenção, objectivamente partidária - todos sabíamos ao que íamos e daí não “veio mal ao mundo”, bem pelo contrário…
O convívio merendeiro, seguido de um magusto, juntou largas dezenas de pessoas com “alma de poeta”, isto é: creio que os seguidores do PCP, sobretudo os mais velhos na militância, continuam fiéis às ideias do antigo e carismático líder que foi Álvaro Cunhal…
Os tempos mudaram (ou não?...), mas como tenho um fraquinho pela melodia do refrão do hino “Avante Camarada”, entrei no coro…

23 de outubro de 2011

Memórias


Memórias de todos os "ritualistas" 
fieis a um tempo único - poesia, pintura, música, artesanato e o aconchego de um "copo"...

“Não sendo nada por aí além”, é uma boa notícia

1.-Para aliviar as chatices das responsabilidades de quem desempenha funções públicas, nada melhor do que uma pantagruélica refeição de euros ao fim do mês, o que é mais do que justo. Se assim não fosse, as grandes inteligências do país simplesmente procurariam outras paragens com a mesma ementa dos banquetes democráticos; felizmente, não é o caso da senhora Presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, que continua por cá e não esconde do povo as "iguarias" que, anualmente, lhe servem de sustento - qualquer coisa como 146.784,82 euros!


2.-Podem dizer… “é pá, isso é uma pipa de massa!”, mas para quem tem o dever de zelar pela ordem na Casa da Democracia, além de outros afazeres, como sorrir, enfim, até nem é nada de “muito”…


Acontece, simplesmente, que este valor, “não sendo nada por aí além” quando comparado com a “folha do salário” de alguns príncipes do pontapé na bola, políticos de falas mansas e meia dúzia de cantores “pimba”, é a soma do que lhe é devido segundo as leis de um país com dificuldades económicas e financeiras. Portanto, nada de ilegalidades…


3.-Entretanto, o Presidente da República entendeu criticar as opções do Governo, o Primeiro-ministro, ficou estupefacto com esta “intromissão” mas achou por bem não responder ao Chefe Supremo das Forças Armadas; por outro lado, um dos capitães de Abril, para lembrar as (suas) virtudes revolucionárias, foi dizendo que o país tem uma “revolução nos braços”, e os seus camaradas de armas, no activo, marcaram um “passeio” reivindicativo para o dia 12 de Novembro. Tudo normal - democraticamente normal!


4.-“Não sendo nada por aí além”, quando comparado com o que se passa em alguns países, estes sinais não podem deixar de nos apoquentar e são bem mais graves (digo eu…) do que o tema do novo livro do “ meu conterrâneo” José Rodrigues dos Santos. Vir agora, em plena crise, afiançar que Jesus Cristo não era cristão, que tinha uma catrefa de irmãos, além de acrescentar mais umas quantas “verdades”, segundo ele, é o melhor que nos podia acontecer – passamos a discutir a obra literária e esquecemos o défice!


5.-Depois desta “boa notícia”, caros leitores (as), ainda estão (muito) interessados (as) nas contas da segunda Figura de Portugal? Então, leiam o que anda por ai à solta:





“Assunção Esteves, a actual Presidente da Assembleia da República reformou-se aos 42 anos, com a pensão mensal (14 vezes ano) de € 2.315,51. Fica o Diário da República de 30/07/1998 para vossa informação. Para que saibam ainda, a Senhora Assunção Esteves recebe ainda de vencimento mensal (14 vezes anos) € 5.799,05 e de ajudas de custas mensal (14 vezes ano) € 2.370,07. Aufere, portanto, a quantia anual de € 146.784,82. Ou seja, recebe do erário público, a remuneração média mensal de € 12.232,07 (Doze mil, duzentos e trinta e dois euros, sete cêntimos). Relembramos que também tem direito a uma viatura oficial BMW a tempo inteiro!"

21 de outubro de 2011

Já se vai embora?

A tia Deolinda (por parte da minha ex mulher) era uma senhora de uma gentileza sublime; tinha sentido de humor e até os queixumes sobre a sua avançada idade vinham envolvidos em sorrisos. Teria sido uma pessoa divertida e alegre na mocidade e, por razões que nunca questionei, não chegou a constituir família.
Durante os anos em que privámos, sobretudo durante as visitas de cortesia, recebia com um certo requinte: chá, café e bolinhos servidos em louça ”de marca”, toalhas bordadas à mão, mas o melhor de tudo eram as conversas sobre as suas memórias…
Não sendo senhora de frequência diária, sempre que podia assistia à Missa de domingo. Um dia – contava a tia Deolinda - estava tão absorvida nos seus pensamentos que não deu conta que se aproximava o momento da saudação. De repente, a pessoa que estava a seu lado, cumprimentou-a com um aperto de mão e ela, sem saber muito bem que dizer, possivelmente a pensar nas despedidas, continuou, como sempre, a ser gentil e fina no trato com palavras de circunstância, enquanto mantinha a mão que lhe era estendida apertada na sua:
 - Já se vai embora? Fique mais um bocadinho…
“Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto” – terei feito o mesmo, mas a estória da tia Deolinda é verdadeira e faz sorrir, o que, nos dias de agora, dá um certo jeito… por ser de borla.

19 de outubro de 2011

Ritualidades II

"...pensando bem, sou capaz de concluir que estamos perante uma estratégia maquiavélica ..."

O Orçamento apresentado pelo Governo tem sido dissecado até à medula - haverá qualquer coisa mais para esmiuçar? Duvido…
A informação, boa e má, que a Comunicação Social despeja na nossa corrente tem sentido e é eficaz porque acicata os medos e acelera a tensão arterial; pensando bem, sou capaz de concluir que estamos perante uma "estratégia maquiavélica", com a finalidade de apressar o passamento de milhares de cidadãos; a acontecer, imagine-se o jeito que dava ao actual Governo deixar de contar no activo com reformados a longo prazo, funcionários públicos desesperados, jovens “ à rasca”, desempregados, poetas e sonhadores, artistas e outros domadores da arte do perigo, como os funâmbulos – afinal, somos todos equilibristas a caminhar na corda bamba! – e gente sem profissão definida, os “desenrasca”, especialidade muito nossa pela força das circunstâncias  geracionais…
Deixo para os especialistas as contas – todas as contas, das mais simples às mais complexas. Perante a evidência dos resultados, o ministro das finanças era capaz de sorrir e acelerar o discurso de ocasião…

18 de outubro de 2011

Ritualidades

Reduzam a reforma, aumentem os impostos, tirem-me o médico de família, obriguem-me a mudar para outra freguesia, mas não me chateiem

Acordar, abrir a janela por onde o sol entra (quando brilha!) sem pedir licença, lavar a cara e pentear os cabelos desgrenhados, tomar o pequeno-almoço, voltar ao quarto, ligar o portátil, ler as notícias de primeira página, retocar as leituras mais próximas da minha sensibilidade - um ritual que não dispenso pela manhã, quer a noite tenha sido bem ou mal dormida. Para alguns, começar o dia desta maneira, sempre igual, trata-se de um vício, sobretudo porque incluo a internet no pacote dos hábitos matinais, e a internet vicia, dizem. O outro vício, da leitura, vem do tempo em que tinha um jornal diário à mão; agora, felizmente, tenho muitos jornais à distância de vários cliques.
A cadência dos pequenos gestos descansa-me o espírito, como quem ora a pedir graças para o dia inteiro; o meu dia, de há muitos anos a esta parte, começa tarde, tão tarde que, por norma, programo os meus afazeres para depois das doze horas – outro ritual, que se quebra por imperativos inadiáveis e só por isso.
Como é manhã, e cedo, depois da leitura, tenho tempo para dele fazer uso durante uma hora e vou, de seguida, aparar a relva do jardim, soltar os pombos (diariamente ansiosos pelo voo redondo com que me brindam do alto…), alimentar duas galinhas e um coelho que “responde” pelo nome “Guilherme”, dois canários e três periquitos, e depois subo ao primeiro andar para o banho retemperador.
Ontem a mãe fez uma sopa de feijão vermelho com batatas e couves do quintal, acrescentou um pouco de massa, e, para dar gosto, azeite e uma morcela. Está, garanto, uma delícia – não há melhores sopas do que estas, espessas e saborosas: duas conchas e ficamos a abarrotar, sem vontade de comer uma peça da fruta que está encavalitada num taça no centro da mesa. O almoço está feito, é só aquecer…
Como ando atarefado com o entendimento das várias crises, fico-me por aqui - é preferível dar continuidade aos meus rituais diários, a começar pela contemplação do voo dos meus pombos; às crises, agarro-as pelos bigodes, faço-as rodopiar e lanço-as para longe!
Reduzam a reforma, aumentem os impostos, tirem-me o médico de família, obriguem-me a mudar para outra freguesia, mas não me chateiem – façam tudo isso em “segredo”e depois logo se vê, se sou capaz, ou não, de sobreviver com a minha “profissão” de reformado a tempo inteiro - outro ritual que não dispenso!

17 de outubro de 2011

Bombeiros de Coja festejaram S. Mguel




Não tenho por costume assistir à Missa dominical, mas hoje decidi aceitar por inteiro o convite dos Bombeiros Voluntários de Coja e participei na cerimónia religiosa dos festejos a S. Miguel.
Missa cantada, qualidade vocal e instrumental acima da média, o templo repleto. O padre Dinis, como sempre, foi brilhante na homilia.
Para quem não é frequentador assíduo das práticas religiosas, o tempo desta manhã de domingo foi propício ao pensamento profundo; cada um por si, a seu modo, interiorizou as suas convicções religiosas e espirituais. Por mim, saí da Igreja “melhor do que entrei, de "alma cheia"...

16 de outubro de 2011

Fórum “Freguesias com futuro”

Assisti em Alvôco das Várzeas ao fórum “Aldeias com futuro”.
Em análise e discussão, o “documento verde”, onde estão definidos os critérios que determinam o futuro das mais de quatro mil freguesias do país.
A mesa foi composta por gente de muito saber; uns renegam em absoluto a “carta de intenções”, outros colocam reticências à remodelação autárquica, outros entendem que “não tem pés nem cabeça” o que está escrito no papel; há contradições aberrantes nos critérios, e o próprio documento, em si mesmo, é uma aberração. O Primeiro-ministro e o super Ministro Miguel Relvas bem podem esperar pela “voz da razão”  das populações e autarcas  atingidos…
Como se sabe, as freguesias que não cumprirem determinados rácios, serão agregadas a outras, dando lugar a NOVAS FREGUESIAS. Sobre este ponto, está escrito no “documento verde”:
No caso das novas Freguesias, a designação deverá ser definida com base numa ampla discussão entre cidadãos e os seus representantes nos Órgãos Autárquicos de Freguesia
e Municipais, devendo as propostas ser submetidas à Assembleia da República…”.
Sempre quero ver  os consensos quando chegar a hora de escolher uma NOVA designação para a Freguesia de Coja, se lhe calhar em “sorte” a Freguesia de Barril de Alva, ou a Vila Cova de Alva, se lhe sair na “rifa” a Freguesia de Anseriz!
... E o povo, pá? 

15 de outubro de 2011

"Brigadinho" pelos incentivos

Anos depois de ter feito uma pausa, o "Ritual" ( blog), para meu contento, ainda não estava esquecido. Quando remexia  o baú das minhas memórias, com frequência  tomava  conhecimento   dos registos das visitas  dos amigos do "RiTuAL bar" ( como se sabe, o estabelecimento continua em franca actividade, embora com um outro conceito lúdico), Agora que anunciei o retorno,  tenho recebido palavras simpáticas de pessoas de quem gosto - os tais amigos de sempre, do peito, pelo amor espiritual que nos une no gosto do belo.
Imaginam  o "estado calamitoso" do meu ego?
"Brigadinho" pelos incentivos...

14 de outubro de 2011

De regresso...


Por razões de consciência, faz todo o sentido voltar "a casa"... 
A partir de agora, marco o próximo encontro nesta esquina, onde as palavras por escrever são mais intensas - eventualmente, diferentes das que teriam forma. Quem vier, encontra sempre a porta aberta e um lugar vago para dois dedos de conversa.
Fica, pois, o convite para "um café sem segredos", acompanhado de um cálice  de "medronheira" ou, se preferirem, um copo com vinho tinto, sem aumento de IVA! "Beber vinho é dar de comer a um milhão de portugueses"! É isso que faremos, quando a fome apertar...
Abençoado Governo que tudo faz pelo bem estar do povo!