29 de junho de 2006

Há por aí uma festarola?

A "senhora" veio de mansinho, instalou-se, e fez questão de dizer que veio para ficar.
Por mim, quero vê-la bem longe do meu canto, não gosto dela, é o que é...
Depois, aqui à volta, nem uma sardinhada à moda antiga, umas febrinhas, sei lá...
O vinho é de estalo (digo eu...) mas não vai muito bem com o queijo da (minha) serra. Por isso, queria sardinhas, febras ou frango"churrascado" para ter um aconchego de estilo.
Se fosse à borla, melhor - a carteira agradecia.
Se houver uma festarola não vou faltar, feito “emplastro”, com a alegria do costume, mas não acontece nada, anda toda a gente receosa...
- Ai a crise, ai a crise!!!

16 de junho de 2006

Uma ideia (pouco) brilhante

Prometi e vou cumprir.
Eis a croniqueta que fiz publicar:
...
"Não que eu seja patriota cego surdo e mudo, capaz de olhar o mundo como os asnos quando usam viseira: o horizonte visto do alto da serra da Estrela não (me) limita o Universo, tão pouco o mar das praias da Figueira “termina” na terra prometida, embora se saiba que, do “outro lado”, existem as Américas…
Portanto, português sim, patriota sim, mas… calma, devagar – tenhamos bom senso e nada de exageros, principalmente quando reivindicamos o que não somos ou o que não temos.
Não somos, por exemplo, um povo “arrumado”, até nas ideias. E também não temos “grandes, geniais ideias”; as excepções confirmam a regra.
As coisas ditas assim, não parecem, mas são mesmo pensamentos radicais! Assumo este radicalismo idiota que por vezes tolhe as (poucas) ideias que gostaria de levar à prática, mas o melhor é deixar em letra de forma os motivos que me trazem a terreiro para esta luta de cegos, mudos e surdos – insisto!
Camões, dizem, inspirou-se na “Eneida” de um “tal” Virgílio e foi por aí fora, de pena em riste, num assomo de Portugalidade impar, escrever “Os Lusíadas”. Se foi ou não inspirado pelo poema épico de Virgílio, não vem ao caso – a “casualidade” advém do facto de ambas as obras enaltecerem as qualidades e o sucesso de um povo, ainda que a “Eneida”, segundo as más línguas, seja um texto político encomendado pelo Imperador César Augusto. Mesmo assim, o talento e o patriotismo do autor ninguém (?) põe em causa.
Já o nosso Camões teve a desdita de “andar por África, Macau… por aí”, coitado, feito amante, escritor e guerreiro, magro de finanças, declamando os seus poemas e esmolando uma tença.
Como se vê, a única (?) diferença entre os dois talentosos autores reside nesta coisa “sem importância”: um escreveu a “Eneida”com o alto patrocínio do Imperador, o outro cantou os feitos gloriosos dos Portugueses sem a ajuda de umas míseras moedas que lhe garantissem a aquisição das penas de pato com que escrevia, e muito menos o sustento.
Outros tempos…
Uns “anitos” após o seu passamento, um iluminado cidadão (honra lhe seja feita), entendeu que o dia 10 de Junho, data da morte do poeta, no futuro, seria lembrado e comemorado como o “Dia de Portugal”.
A História é escrita de trás para a frente: hoje, oficialmente, é considerado o Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades. Assim, ao Camões e aos feitos dos portugueses de antanho, anexou-se a imagem dos milhões de portugueses que mourejam pelo mundo. Tem lógica, e de uma penada “escreve-se” um País naquilo que temos de mais sublime: por um lado, a saudade dos familiares e amigos distantes, por outro, a honra do que fomos e somos como Nação independente!
Como se não fosse bastante juntar Camões e o ser português na essência Universal, atrevo-me a um “cocktail” ainda mais apetitoso e “misturo” um “sujeito, pouco conhecido”, que deu pelo nome de Fernando Pessoa. “Parece que escreveu” uns “livritos”, fez uns poemas e deixou para a posteridade umas quantas frases que se vão fixando como lapidares. Lembro-me de uma, com que me identifico enquanto português “cidadão do mundo” com vivência africana e cultura europeia:
A minha Pátria é a Língua Portuguesa”!
Estamos em Junho. Lembro-me que em tempos desfilei de camisa verde, calções de caqui e bivaque castanho na cabeça, desde o ex Liceu D. João III até à Igreja de Santa Cruz, em Coimbra. Chovia imenso e éramos muitos naquela estranha. “tropa” . Apesar disso, senti-me honrado por ter participado no desfile – era o dia da Pátria, que a professora Georgina ensinara a amar!
Mudam-se os tempos, mudam-se… os ideais, talvez o patriotismo, de certeza o amor pela língua pátria, e nem vale a pena recordar Camões, Pessoa, Eça, Torga…. a (minha) professora Georgina., o (nosso) historiador Pina Martins…
…Na edição online do dia 8 do C.B.S. li que o Deputado Municipal, João Dinis, protestou, publicamente, contra a realização da “1ª Festa do Inglês”, que teve lugar a 10 de Junho, frisando que “… aquela iniciativa do município oliveirense no dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, é “completamente descabida…”!
Pois.
(E prontussss: a ideia foi bué da fixe e o people curtiu)"!

9 de junho de 2006

"Admirem-se " comigo~...


Sua Excelência o Senhor Presidente da Câmara Municipal do meu sítio, homem de muitas ideias e afazeres, entendeu que amanhã, dez de Junho, se deve realizar a "1ª festa do Inglês no 1º Ciclo de Ensino Básico”!
Dia de Portugal?
De Camões?
Das Comunidades?
Nada disso - vamos é aproveitar o feriado e botar estrangeiro pela boca fora!
E prontussss: a ideia é bué da fixe e o people curte!
(Isto de ser portuga tem que se lhe diga.Voltarei à "festa", prometo) ...