23 de fevereiro de 2006

De volta ao "Namoro"

Peguei no belíssimo poema do angolano Viriato da Cruz ( musicado pelo Fausto para a voz do Sérgio Godinho) e "transformei-me no Benjamim" durante uns dias.Só isso!
Nem o "...cartão que o amigo Maninho tipografou: "Por ti sofre o meu coração" Num canto - SIM, noutro canto - NÃO..." teve destino certo ou incerto. E não " andei barbudo, sujo e descalço como um mona-ngamba..."! Mesmo assim, "entrei no personagem", recuei no tempo e recordei certa tombazana que poderia ter sido ansati kamina... mas nem chegámos a ganguissar! Foi pena...
Se o Viriato da Cruz tivesse nascido em Moçambique, como Craveirinha, Rui Knopfli, Reinaldo Ferreira, Guilherme de Melo e tantos outros poetas da "minha terra", decerto seria eu o "Benjamim" de uma "estória" de amor.

18 de fevereiro de 2006

"O Namoro", de Viriato da Cruz

Tenho o écran em branco e uma “estória” para contar.
Escrevo … ou deixo o segredo adormecido?
A “estória” tem anos de silêncio…

Nove, dez anos? Digo que foi ontem…
... Numa tarde, quase noite, falei do teu sorriso e respondeste sorrindo.
Sem o saberes, nessa hora, como na “estória” do “Principezinho”, de Saint-Exupéry, ”… tornaste-te responsável para todo o sempre por tudo aquilo que cativaste…”!
Depois, trocámos olhares e palavras umas vinte, trinta vezes, não mais.
Consoante a sorte ou o azar dos dias, assim os fomos medindo, pesando, contabilizando. Alguns foram demasiado longos, enormes, deixaram marcas, modificaram-nos, alteraram as nossas vidas.
Sabiamos de nós, quanto mais não fosse, pela curiosidade de uma notícia inesperada, de mão em mão. Por mim, sempre encontrei modo de saber de ti, de fonte segura!
Diziam-me:
- Nem sempre sorri por dentro
No momento, entristecia.
Devagar, voltavas ao sono na minha mente, e no leito onde te deitava, os lençóis eram de ilusão de seda pura, sem cor definida.
Às vezes acordavas com o sorriso de sempre e eu ficava em sobressalto.
Agora, a meio de um monólogo solitário, um amigo comum acordou-te! Bruscamente!
Foi hoje!
Para meu desespero, como nunca o tiveras feito, saltaste do teu canto, e disseste sem falar, que estavas desperta!
Vieste: olhei de soslaio, tremeu a mão que escrevia, alteraram-se os sentidos - fiquei tenso. Pouco disse.Tu, sorrias...
Recorri ao disfarce, usei-o para te deixar longe das minhas emoções.
E assim continuarias, sem saber de mim, não tivesse eu subido às nuvens nas asas de sonhos em noites seguidas.
Então, decidi plagiar parte do ”Namoro” do Viriato da Cruz e…

Mandei-(te)lhe uma carta/ em papel perfumado/ e com letra bonita/ dizia ela tinha/ um sorriso luminoso tão triste e gaiato/ como o sol de Novembro/ brincando de artista/ nas acácias floridas/ na fímbria do mar (…)” !

Agora, consciente de mim, que fazer? Acordo-te de vez com um bouquet de flores, ou volto ao secreto do meu segredo?
Adormecerás para sempre no (teu) silêncio, ou preferes conhecer o resto da canção do Viriato da Cruz?
Entretanto, as flores!
Depois, a carta!
Agora...alegra-te com um sorriso – fica-te bem!

13 de fevereiro de 2006

Exagero?


Revisitei o meu "blog", reli a (quase) totalidade dos textos que fui escrevendo ao longo destes (poucos) meses de existência e, por simpatia, recordei os comentários dos (as) bloguistas que, como eu, ocupam a mente, pensam e executam - escrevem!
Com alguma dose de "narcisismo", devo confessar que os textos, na sua maioria, até não estão mal de todo, na forma e no conteúdo.Tentei ser igual a mim mesmo, coerente, e o retorno foi gentil nos gestos das respostas. Sendo assim, fica uma vénia aos idealistas do golpe de Abril (ou revolução...) que (nos) proporcionaram liberdade de expressão e ... pensamento!
Será "pouco" para tanta carência nacional, mas cada Nação tem as revoluções que merece...
Com o Abril dos cravos vermelhos foi-se o lápis da censura, mas é importante que cada um de nós seja comedido no modo como exprime alguns pensamentos, sendo certo que cada atitude de liberdade (s) termina (m) quando começa (m) outra(s).
Somos gente de brandos costumes, mas ficamos (?) "encolerizados" com os resultados desportivos do nosso clube de eleição - coisa aleatória mas que pode ter a repercussão de um cartoon - e daí à violência (mesmo em pensamento...) é um passo pequeníssimo!
Exagero ?

8 de fevereiro de 2006

Laca, gel ou brilhantina?

A eleição do novo presidente da República trouxe matéria para dissecar, consoante as emoções do momento.
Depois do folclore da campanha, a escolha do S. Exª o Prof. Dr. Cavaco Silva não foi, de todo, inesperada. Se o Governo não tivesse aumentado os combustiveis uns dias antes, estou em crer que S.Exª o Dr. Manuel Alegre teria votos suficientes para uma segunda volta, e aí... talvez se repetisse o milagre do galo de Barcelos. Enfim, está feito, não se fala mais nisso, que venha o dia da tomada de posse e a festa laranja, que voltem os bombos e o adufes, gaitas e pífaros, bandeiras e foguetes para a festa ter o brilho merecido. Eu e outros como eu, ficaremos atentos aos discursos de circunstância; para os curiosos, aos pormenores das promessas e garantias de um mandato que "respeitará o sistema democrático", vai juntar-se a atracção do chique e elegância das senhoras e cavalheiros presentes ao acto solene.Por mim, sempre quero ver se o novel presidente continua com o mesmo penteado, risco ao lado, certinho e aprumado.
Usará laca, gel, ou brilhantina?

6 de fevereiro de 2006

De rosa a tulipa


Ando em maré de sorrisos,
"mas há uma nuvem que esconde o sol quando anoitece no sexto andar,
e o barulho do silêncio não permite que olhe as estrelas da minha janela"!
Possivelmente haverá uma tulipa a espreguiçar-se daqui a pouco, pela manhã;

possivelmente...
Vou telefonar-lhe!

4 de fevereiro de 2006

Gargalhei!!!

(Autor desconhecido)
Ia ficando assim depois de tanto gargalhar
____

Resultou!!!
Estou grato a quem conseguiu que soltasse umas quantas gargalhadas. O Carlitos, sempre ele...
(Ler a "estória" colocada simpaticamente por um(a) anónimo (a) nos comentários do post anterior)