14 de abril de 2008

Às voltas com a História

Depois de conjugar uma mão cheia de situações, decidi mudar de estilo e ritmo de vida, nada que os mais próximos não estivessem à espera, mais dia menos - foi agora, pela primavera, para “renascer” no novo ciclo da mãe Natureza.

A vantagem que retiro destes dias sem obrigação que se veja útil à comunidade, é poder ler horas a fio, ouvir música e andar por aí; confesso a ausência destes pequenos prazeres durante anos, mas agora tiro a desforra nestes três ou quatro dias de vento e chuva que são um “encanto” para os sentidos!

À cabeceira continua “Rio das Flores”, do Miguel Sousa Tavares. Vou a meio do livro, com algum custo porque é “chato” pela minúcia da (s) estórias (s); estava disposto a terminar agora a leitura da obra, mas alterei os planos quando dei de caras com outro livro, da autoria do conhecido e polémico José Hermano Saraiva: “História Concisa de Portugal”, datada de 1980.

Primeiro umas linhas… depois uma história, e cá vou “devorando” mais de trezentos e cinquenta páginas com o prazer inaudito do regresso às origens do País que somos.

É bem capaz de nem tudo ter acontecido como é relatado, porque “quem conta um conto, acrescenta um ponto”; que importância tem, afinal, por exemplo, conhecer o pormenor da morte do D. Sebastião? Morreu à paulada ou à espadeirada - está morto e não se fala mais nisso.

A importância do que é importante, a meu ver, reside na lenda da sua morte e do significado de um certo “sebastianismo” bacoco, de que as “profecias” do sapateiro Bandarra fizeram eco. As “profecias” ainda se comentam, e o “sebastianismo”, como certo ideal de esperança (?) num salvador (sabe-se lá de quê!)  não desapareceu de todo…

Além dos desgostos de Alcácer Quibir, a morte do rei português trouxe mais tarde os espanhóis à liça “em casa alheia”, e por cá se mantiveram por um ror de anos, até que “corremos” com eles; voltaram à carga umas quantas vezes mas, cansados da guerra, uns e outros, lá se decidiram pelo sossego. E ainda bem!

… Se assim não fosse, hoje seríamos mais uma “região” sob o domínio do rei Juan Carlos, possivelmente a lutar entre muros pela independência do País Portugal, como o País Basco o faz…

A propósito: leram ou ouviram atrasado que o Nobel da Literatura, José Saramago, defendeu a integração de Portugal em Espanha?

Pois…

Sem comentários.

(Daqui a nada volto à História de Portugal; à conta dos pequenos conflitos e das guerras com os espanhóis, já li mais de duzentas páginas – é obra! Relembro que o autor cuidou em acrescentar ao título o adjectivo conciso - breve, sucinto - no feminino.

Para o escritor Saramago se “identificar” com o passado português, nem que fosse um pouco, possivelmente seria necessária a leitura de vários volumes da nossa História, digo eu…

Mudar de estilo e ritmo de vida, com tempo livre até dizer basta, traz à ideia cada coisa mais absurda….).

1 de abril de 2008

Piercings & mini saias

O deputado socialista Renato Sampaio é autor de um projecto-lei que, eventualmente, pode alterar a liberdade de quem pretende decorar parte do corpo com piercings. Como a saúde está primeiro, entende o deputado que deverá existir legislação adequada aos malefícios das tatuagens e similares, o que me parece bem …

Confesso desconhecer pormenores sobre a matéria, verdade seja dita. Portanto, a estória dos piercings e das tatuagens é coisa que não me dá pena, mas se o Governo entende por bem emitir Lei sobre o assunto, que o faça, está no seu direito.

Ora, factos são factos (a propósito: no acordo ortográfico luso brasileiro, o vocábulo «facto» fica como está – uma boa notícia para os puristas) e quanto a isso, nada a fazer: o IVA sempre vai baixar lá para o verão, o que pode significar melhoria de vida para os portugueses, na opinião do Primeiro Ministro, mas quanto aos piercings nada está decidido - uma péssima notícia para quem os usa ou pensa vir a usar, depois de legalizada a sua aplicação – escolhi este dois “factozinhos” por me parecer que não estão no mesmo pacote das coisas importantes - ou talvez estejam – para o português comum… Acreditando que o projecto-lei tem pernas para andar, no futuro a quem competirá fiscalizar a aplicação dos pingentes? À ASAE? Pois, não se sabe, mas há-de ser giro o fiscal, depois de se identificar, claro, solicitar ao eventual “prevaricador” que mostre certas partes do corpo, por norma resguardadas no recato de um slip; a elas, que desça o decote e o soutien!

…Se desce o decote, porque não subir a bainha da saia?
O “Público” online, a propósito de saias curtas, conta como a clínica espanhola San Rafael, em Cádis, espolia em alguns euros as suas funcionárias pelo simples facto destas não usarem mini-saia, como está estipulado no uso do uniforme obrigatório. As senhoras, enfim, recusaram o traje que, além de deixar as pernas descobertas obriga ao uso de um avental justo e pouco prático – leio. Além disso, argumentam, sentem-se objectos decorativos; diz uma: – “quando estamos a trabalhar não temos liberdade de movimentos e não nos podemos baixar para atender doentes que estão acamados.

Apesar dos nossos brandos costumes, acho que entre nós este tipo de farda jamais teria opositores (as), digo eu que sou do tempo do grande sucesso da mini-saia, inventada por Mary Quant dizem uns, outros dão a paternidade a Pacco Rabanne, a não ser que a proibição viesse de instâncias superiores, alicerçada no pudico desconchavo de alguns senhores…

Se a administração da clínica de Cádis entende que o uso da saia curta é um paliativo para os seus doentes, nada a opor -o efeito placebo, pelo menos, está garantido!

Quanto ao uso de piercings, nada consta…