21 de janeiro de 2012

O senhor Álvaro

O senhor Álvaro, delicado no gosto, escolheu o pastel de Belém para afirmar sem pompa o seu (dele) contributo para o enriquecimento do país pela via do pastel. De Ministro pouco visto, num ápice popularizou a sua imagem, não por obra de vulto, mas pela ideia luminosa de transformar a doce iguaria num símbolo nacional, capaz de ombrear fora de portas com o vinho do Porto…
O senhor Álvaro foi sincero nas palavras quando sugeriu o pastel para embaixador do que de melhor (e mais doce!) se produz por cá. Desconheço se existe confraria que represente a especialidade nos altos graus da doçaria; se estiver constituída, o senhor Álvaro deve ser entronizado num dos próximos capítulos…
O senhor Álvaro, não tarda, vai ter seguidores na ideia; depois do pastel, alguns doces conventuais devem estar à espreita de outro Ministro com ideias doces e preocupado com a situação económica do país, embora esteja em crer que o mais certo é surgir no horizonte uma ou outra confraria com sugestão mais robusta – da Chanfana ao Bucho, sem esquecer o Bacalhau, existem “ mais do que muitas” associações constituídas por gente de bons costumes, os “confrades”, que se manifestam sem segredos e vestem fardamentos de estilo – capaz de guerrear o mercado internacional.
O senhor Álvaro, um dia, vai ter direito a estátua junto aos Jerónimos, em Belém, e o governo que estiver em funções irá decretar “O Dia do Pastel”, 12 de Janeiro, feriado nacional, mesmo que seja necessário desistir de outra data histórica…
Se formos a votos, decido-me, pela “Feijoada à Transmontana” !

7 de janeiro de 2012

“Que República”

 A Biblioteca Alberto Martins de Carvalho, em Coja, teve lotação esgotada na primeira Tertúlia do “Ciclo de Tertúlias Fernando Vale”, da responsabilidade da Federação Distrital de Coimbra do Partido Socialista, que trouxe à “Princesa do Alva” gente de muito saber: Amadeu Carvalho Homem, Luís Parreirão e Manuel da Costa.
“Que República” foi o tema escolhido para juntar as pessoas ao serão – coisa rara por aqui, sobretudo numa noite fria de sexta feira…
Se o tema é inesgotável, nunca se cansa quem porfia na lembrança de Fernando Vale, como salientou o seu filho Mário, secundado pelos restantes oradores, para quem a figura deste ilustre “Aristocrata da Esquerda” (…), nas palavras de Torga, foi “…Matusalém sem idade, e teve tempo para ser no mundo a imagem paradigmática do jovem irreverente, do bom chefe de família, do amigo leal, do médico devotado, do político isento, do governante capaz, do cidadão exemplar…”
 - Se Fernando Vale fosse vivo, o serão teria prolongamento garantido na sua casa em Santa Clara, do outro lado do rio - lembrou, saudoso, Manuel da Costa...
Fico nas palavras do "Manel":
- A mim, Fernando Vale faz-me muita falta...