27 de novembro de 2006

João Sargo



Aos amigos e aos amigos dos amigos fica o convite para um passeio delicioso: conheçam mais um talento da fotografia aqui:

21 de novembro de 2006

A rapariguinha

A rapariguinha dizia à amiga que estava grávida.
Como ambas são demasiado jovens, ouvia as conversas de passagem e não lhes dava crédito.A dado momento, percebi que o assunto era mesmo sério; então, fiz uma pausa nas minhas idas e vindas, entre cafés e sumos de laranja, e perguntei:
-Mas... estás mesmo grávida?
-Estou com um mês, é verdade.
-Qu idade tens?
-17.
-E o teu namorado?
-Tem a minha idade.
A amiga entra na conversa:
-Anda por cima esta parva engravidou por que quis!
-Foi? - perguntei.
-Foi pois - respondeu de imediato, com ar feliz, como se tivesse subido ao Everest, e conta:
-O meu namorado enganou-me com outra e eu, como queria ficar com ele, engravidei para o prender.Em minha casa ninguém queria acreditar, nem ele, mas fui fazer os testes à farmácia, e quando os mostrei é que viram que não estava a brincar!
-És "muita stupida" - atira-lhe a amiga, com ar de desprezo.
A rapariguinha encolheu os ombros e continuou a sorrir enquanto se despedia da amiga.
-Bem, tenho de ir. "Xau" . Porta-te bem.

15 de novembro de 2006

Posso ajudar?

A Mariana trabalhava na Livraria Académica e usava os cabelos compridos.
Perdi o conto às visitas que fiz à livraria, na esperança de ser ela a ouvir os meus pedidos de coisas simples: lápis, borrachas, papel cavalinho, aguarelas...
Quando não estava necessitado de nada, teimava em continuar cliente de leituras, embora curtas. Foi assim que conheci Mário Sá Carneiro, António Botto, Alves Redol e tantos outros autores portugueses
A estratégia era simples: para que a Mariana viesse ter comigo, entrava na loja e ia direitinho à estante das obras menos procuradas. E ela vinha, mesmo depois de se ter apercebido da marosca, com um sorriso malandro.
- Posso ajudar?
Poder, podia, mas a ajuda necessária não tinha nada a ver com esclareciemntos sobre as obras expostas.Talvez se falasse do tempo que fazia lá fora, do "single" musical em voga ou de qualquer coisa que me fizesse ganhar coragem, eu teria saído do canto da minha timidez e declarava-me... "apaixonado"!
A Mariana foi sempre muito profissional no seu papel de balconista e nunca passou do cumprimento de circunstância e da frase sempre igual:
-Posso ajudar!
Eu, como não tinha asas para voar para outras conversas, fiquei cativo da timidez e ela nunca soube da minha "paixoneta"... adolescente.

9 de novembro de 2006

Saudade (s)

Quando se tem tempo de sobra para ganhar outros tempos, umas visitinhas a "blogs" de estimação podem proporcionar excelentes "elixires" para dias menos positivos."Descobri" este caminho:http://contosdefadasehistoriasdebruxas.blogspot.com/ e , pelo que li, estou para saber se as "estórias" que a autora conta são suas por inteiro ou as "surripiou" à mente de imaginação fértil e farta, viajando por mundos estranhos, como o meu, por exemplo!
Com as devidas distâncias, já que somos de sexo oposto e as nossas saudades também são dispares, o texto que acabo de ler é demasiado... autêntico para passarmos adiante sem uma pausa. Apesar de "tétrico", o último parágrafo tem poesia no desapego às coisas terrenas - só o espírito lhe basta para se "confundir" na espuma de uma das "próximas" ondas!
Será a morte "coisa" doce?
Quero acreditar na voz do povo quando uma triste personagem entrega a "alma ao Criador" ou então ... "foi desta para melhor".
A saudade mata devagar - nota-se!
... A minha começou pelo brilho do olhar o que, convenhamos, não abona em nada a mentira do que sou: um sujeito "forte", face às contingências de erros e enganos!
Mas isso são outras histórias de bruxas e...contos de fadas...
Felizmente, o mar ficou calmo e sossegado - deixou de ter "ondas" - só o "meu rio" continua a correr pelas margens, a caminho do mar das espumas onde "tudo se trasnforma".

5 de novembro de 2006

Cartas de jogar

Um dia destes cruzei-me com a "dama de copas" das minhas cartas; cumprimentou-me como se fosse um "duque de espadas"ou um "terno de paus"e eu, vestido de "rei de ouros", não fui ao "jogo" porque o baralho estava "viciado"...