31 de agosto de 2006

Com um pastor "assim"...


Agosto está no fim, e quanto a férias, ficamos por aqui.
Ter ou não ter (férias) é apenas o pretexto para uma croniqueta de ocasião, no seguimento da anterior que, pelos vistos, foi “subscrita” por número elevado de concidadãos - a maioria dos meus amigos também não usufruiu do tal tempo de folga, descanso, repouso, ou, como leio no dicionário da “Universal”, de dias de suspensão dos trabalhos oficiais!
O tema parece de somenos importância, mas é o que me vem à ideia e é interessante, apesar de tudo (e neste tudo incluo a crise económica da maioria das bolsas caseiras!).
Felizmente, a maior parte dos empregados por conta de outrem teve direito às ditas (férias), e se não deram um saltinho à Figueira ou às praias vizinhas, não foi por partilharem dos meus ódios de estimação: “areia em demasia, água salgada, e o mar revoltado, ora para trás ora para a frente, sempre em bolandas”! Não, o motivo por que passaram as férias por cá, entre um mergulho no rio ou na piscina, e um passeio pelos jardins, sobretudo nas noites mais quentes deste Agosto, tem a ver com a doença dos bolsos vazios!
Como se sabe, a nossa cidade não prima pela oferta de animação em quantidade e qualidade, daí que os turistas não incluam Oliveira do Hospital no seu roteiro. Durante o dia, ainda se viu gente a passear por algumas ruas, fizeram-se compras, mas o comércio em geral, se estava mal, mal continuou, e nem os saldos e os descontos especiais tiraram a ”barriga da miséria” aos investidores de porta aberta.
Na rua do Colégio, o movimento de transeuntes teve picos interessantes e gostei de ver algumas pessoas a repousar nos bancos ali colocados. Duas senhoras sentaram-se perto de mim; como vinham de conversa afiada sobre a cidade, assim continuaram: “Oliveira estava diferente, para pior, que a maioria das lojas dos dois centros comerciais estavam encerradas, era uma pena, pouca oferta, e a qualidade dos produtos expostos também…”, enfim a lista das lamúrias era extensa. Tanto ouvi que desisti. Levantei-me e desci a rua.
Ah, mas o maior motivo de espanto era o novo edifício da Caixa de Crédito Agrícola! Para uns, um “trambolho”, um verdadeiro “mamarracho”; para outros um novo “ex-libris” da cidade!
Entretanto, fiquei de conversa miúda com dois amigos, ali mesmo, perto dos que opinavam.
- Gostam? – perguntei a um grupo de basbaques.
- É um edifico interessante, sem dúvida., moderno, arrojado, fica bem entre a “monotonia” dos restantes prédios – respondeu um dos cavalheiros.
A senhora, curiosa:
- Mas se a entrada é da parte de baixo, e como esta porta está fechada, funcionam alguns serviços deste lado? Expliquei que “deste lado” havia um auditório com todos os requisitos modernos, etc.
Diz a senhora:
- Parece-me um espaço interessante para ser usado como local para exposições, por exemplo.
Obviamente, concordei!
Arredondámos a conversa com uma frase feita: até à próxima!
Subi a rua e fui ao Café Portugal apostar coisa pouca no “euromilhões”.
-Boas tardes! – disse eu à chegada.
-Boas tardes! – respondeu o Sr. Carlos, do Café.
Àquela hora, encostados ao balcão, estavam num colóquio dois presumíveis clientes; um, deu dois passos, estendeu-me a mão e foi simpático e gentil no cumprimento. O outro olhou de soslaio, e por aí se ficou, disposto a voltar à conversa, entretanto interrompida.
Reconheci a figura pelo porte, mas como o cavalheiro nunca me foi apresentado, não dei importância à falta do institucional e politicamente correcto “boa tarde”, embora entenda que “um pastor deve conhecer as ovelhas (salvo seja!) do seu rebanho” e os seus mimos repartidos por todas, sejam elas de cor branca, preta, vermelha ou laranja!...Com um “pastor” assim, é natural que algumas “das suas ovelhas” andem tresmalhadas…
Paguei a aposta do jogo, dei meia volta, saí calado, e só parei na “Silmoda” para ver os saldos (está na montra um “pólo” vermelho que tenho “atravessado na carteira”; infelizmente a “Lacoste” também não foi de férias, os preços mantêm-se, para meu “desgosto”) …
Se me sair o “euromilhões”, compro a peça de roupa e volto ao Café com ela vestida. Sempre quero ver se o “ pastor” me reconhece pela cor do “pólo”…

13 de agosto de 2006

"Socorro", preciso de férias!


"Finalmente, férias"!
Este mês já ouvi a frase uma infinidade de vezes!
Férias lembra o campo, as viagens turísticas, as filas intermináveis nas estradas, praia, sol, calor… Dou por mal empregue esse tempo de não fazer nada, ou quase nada.
É tudo uma chatice.
Por exemplo: a praia tem areia em demasia, a água é salgada e o mar anda às voltas e reviravoltas, não pára quieto; perante esta insofismável verdade, só me imagino numa bela esplanada a olhar o mar com um pratinho de camarão (cozinhado de qualquer maneira) em cima da minha mesa, e uma imperial a babar o copo. Assim, sim, gosto da praia.
Como se vê, a praia “só tem esta ligeira” vantagem (camarões e imperiais fresquinhas!). Mais nada! Ah, e tem o sol, o calor, muito importante para os escaldões, é bom não esquecer…
Quanto às filas nas estradas, sobretudo se dão acesso às praias, é outra chatice, porque o ar condicionado de que disponho na minha viatura é demasiado abafado, vem de fora, e creiam que em vez de arrefecer, aquece, o que contraria a minha imaginação de um habitáculo com temperatura amena. Se o carrinho está em movimento, vá que não vá, mas assim, as férias só servem para irritar, digo eu, que não tenho férias!
Ainda pensei andar por aí, em viagem, de máquina fotográfica ao pescoço, feito turista “cá dentro”, mas nem esta ideia me convenceu da utilidade de olhar casas velhas, palácios senhoriais vazios, castelos sem ameias – uma seca, acreditem.
Para a grande cidade é que nunca iria, nem de férias!
Resta-me o campo e uma casinha perto de um rio para chapinhar na água doce. Dizem-me que os leitos dos ditos estão sujos de lama, mercê das chuvas primaveris, que carregaram as terras soltas dos locais onde os incêndios do ano passado “construíram auto estradas”. Se assim é, nem vale a pena pensar no assunto.
Mesmo que optasse por outro sítio, há o problema das melgas e outros “picadores” profissionais - uma verdadeira praga nesta altura.
Como estou proibido de fazer uma fogueira para assar duas febras de porco, ou meia dúzia de sardinhas, por exemplo, acabo por desistir de acampar em plena Natureza.
Dirão que as férias são necessárias, que o corpo e o “espírito” precisam de descanso, etc e tal. É capaz de ser verdade, mas como não sou especialista na matéria, não opino, fico-me pela minha verdade que, como se vê, é meia amarga, uma espécie de “quente/frio” à sobremesa. Como nunca tive férias, na sua verdadeira e saborosa definição (folga, descanso, repouso...) não sei o que isso é, daí o “frio” do gelado, com um fio de chocolate quente para amenizar os meses e os anos de trabalho contínuo.
Posso ser um privilegiado pelo facto de desempenhar, agora, funções com pouco desgaste físico e mental, mas sempre faço qualquer coisita, e só de pensar o que hei-de “fazer para o jantar” das miúdas, fico cansado – imaginem quando tiver de ir para a cozinha!
Entretanto, como não tenho férias, ocupo as horas vagas com alguma literatura “interessante”, quanto mais não seja para estar a par do que vai acontecendo nos mundos que não frequento.
Então, vou de notícia em notícia em busca das últimas novidades, mas como são imensas, baralho tudo, fico confuso.
Dos temas de capa por onde passei a vista, retive um que, gostosamente, partilho com os meus eventuais leitores: a Rita Ferro Rodrigues, (sabem quem é?...) anda de amores com um tal Filipe Terruta (conhecem?), que já foi namorado da Elsa Raposo e da Fernanda Serrano! Interessante, muito interessante a notícia… E importante! O rapaz deve ter a força do Tarzan, a beleza do Alain Delon, e o “charme” do Bruce Willis (está tudo na Net, não fui eu que disse…)!
É por causa de notícias assim que o preço do petróleo está sempre a subir, a subir…
“Socorro”, preciso de férias!!!