27 de setembro de 2006

Sem anexos

Um amigo brindou-me com esta delícia ; decidi publicá-la pela "graça" de umas quantas palavras e por tudo quanto se pode "ler nas entrelinhas".
Se a moda pega...

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Carta aberta a um inventor de boatos

Caro senhor. É do meu conhecimento que procura saber pormenores sobre a minha pessoa. Infelizmente, limitou-se à “feira do boato” (um mau costume, como sabe) e não foi à fonte de águas cristalinas onde poderia saciar a sede, e nem a sua avidez por presumíveis factos do meu próximo passado teve o efeito desejado. Se tivesse percorrido meia dúzia de metros na minha direcção, tínhamos chegado à fala de forma educada e eu dar-lhe-ia as informações pretendidas, para contento e descanso da sua delicada, excelsa e prendada esposa e da sua alma gémea – o meu caro e inquisidor senhor; como não o fez, anexo o meu currículo de cidadão impoluto, nºs do BI, Contribuinte e conta bancária, certidão de nascimento, registo criminal, e ainda uma declaração da vizinhança onde se afirma que sou bom rapaz, pouco dado aos copos e às noitadas. Junto, ainda, atestado médico, isento de doenças contagiosas ou outras, e uma declaração onde afirmo, pela minha honra, que o meu único vício é estar apaixonado pela sua filha. Não lhe peço a mão da minha amada porque já a tenho – a mão e o resto…”!

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  2. Excelente texto.
    Para bom entendedor meia palavra basta.
    Um abraço.

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  3. Se a amada "existe" (?) deve sentir-se honrada com tão original "pedido de casamento".E quanto ao "amigo" autor, hummm..o estilo não engana...

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