o homem do realejo
trocava olhares e sorrisos
com a boneca das pernas compridas,
grandes, enormes.
Veio a turba a reboque das sardinhas assadas,
dos couratos e pasteis,
do bucho e da chanfana.
A boneca ganhou vida - cresceu em altura,
o realejo tocou,
o homem sorriu;
o povo sorriu,
o presidente sorriu
- todos os presidentes sorriram -
os confrades sorriram,
o emplastro sorriu,
os homens da segurança, não.
A boneca desceu das pernas altas,
o homem pousou a mão no realejo
- tinha passado o cortejo!
(Memórias da visita de Cavaco Silva, presidente, a Arganil)
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