A meio da tarde, no bar, havia mesas livres; o casal entrou, escolheu uma delas, olharam os dois em redor e, já instalados, pediram que lhe servisse duas bebidas.
Os olhares perdiam-se pelas paredes, onde estavam exposta pinturas do Wild de Wildt, Rui Monteiro e Alberto Péssimo; a. música ambiente aconchegava o sossego do momento e o tom das suas vozes era suave.
Tocou um telemóvel, a senhora atendeu, levantou apenas um pouco a voz e falou em francês, expedita, de forma alegre. Repetiu por três vezes merci, e continuou, veloz, na articulação das palavras – sinal de que, para si, a língua de Nicolas Sarkozy lhe era familiar…
O cavalheiro, entretanto, inquire sobre o espaço: é público, não? Respondo afirmativamente. Sabe, acrescenta, como tem um estilo completamente diferente do habitual, a minha esposa deduziu que fosse um “clube privado”. Em traços largos, explico que o comércio das bebidas era um pretexto para algumas actividades culturais - a exposição que tinham à sua frente era um exemplo disso mesmo.
Terminada a conversa, foi a vez da senhora parabenizar os autores das obras expostas e quem tivera o arrojo de colocar de pé o espaço como se apresenta.
Agradeci a generosidade do que foi dito.
Pergunto se estão de férias por estas paragens. Responde a senhora: de férias já estamos há imenso tempo, somos reformados, e viemos de Leiria passar uns dias a esta região, que desconhecíamos em absoluto, pernoitamos na Pousada do Convento do Desagravo e durante o dia damos uns passeios por aí. É muito lindo, tudo aqui à volta, a serra, tudo!
O encantamento do olhar, transmitia alegria, satisfação, prazer, felicidade na forma mais pura – que sei eu desse sublime sentimento?
Sempre de sorriso nos lábios, desenhados num rosto de enorme beleza, disse ao que vieram em concreto, desvendou o segredo, enquanto o marido, talvez um pouco envergonhado, olhava terno e meigo a “jovem” e bonita esposa: faço hoje oitenta anos, e o meu marido presenteou-me com este magnífico passeio.
Oitenta?
Não, não imaginava aquela figura esbelta, meã na altura e aspecto prazenteiro com uma mão cheia de “viçosas primaveras”, muito próxima do centenário que, acrescentei, por certo irá comemorar…
Pedi licença por breves segundos, saí, fui à florista Clara, logo na esquina, comprei uma rosa (que não paguei, por que a Clara conhece de longe o meu “vício” por flores e partilha comigo a sensibilidade do belo, e volta não volta tem destas delicadezas…), e com o meu melhor sorriso ofereci-a à bonita senhora – apenas uma lembrança com que procurei honrar o seu aniversário e o amor do casal
…Fiquei com a sensação de que a rosa vermelha “ganhou vida própria” e um “rosto” – “um dos olhinhos sorriu, atirou-me uma piscadela” e eu fiquei a ver o casal, de mão dada, rua acima, como se fossem dois adolescentes apaixonados.
Viva.
ResponderEliminarUma história da vida real.
A partilha do belo no seu máximo esplendor.
Emocionei-me.
Um bem-haja
Olá:
ResponderEliminarGostei!História gira.
Voltarei sempre.
Deixo-te uma rosa perfumada...
bj
Olá sensibilidade,
ResponderEliminarPrimeiro vim até aqui pelo símbolo...chamou-me; Depois fui lendo teu texto, e imaginando a situação que vivenciou, pude sentir o teu sentir, tamanha foi tua entrega ao escrever o Belo, a rosa, o vermelho...o amor!!!
Ès grande no pensamento, nas atitudes, no sentimento...eterno sejas tu.
Aqui deixo meu convite, para uma visita em meu espaço.
E voltarei outras vezes está bem?
Uma rosa Vermelha...uma rosa vermelha!!!
Encantada!!!
Beijo,
papáaa :) adorei o textinho.. ta uma ternura... e sao momentos assim que nos fazem acreditar que o amor incondicional émesmo possivel!!! como o meu amor por ti.. ta bem, um pouco diferente mas nao deixa de ser incondicional sempre e para sempre!!! adoro-te mt papa :) obrigada pelo texto
ResponderEliminarAdorei este bocadinho.... senti o cheirinho da rosa vermelha, visualizei cada gesto...o amor é lindo e existe...
ResponderEliminarVim reler esta história de amor e desejar-te uma boa semana.
ResponderEliminarbj
Bem linda esta história.A idade está no espírito.Por isso eram tão jovens.
ResponderEliminarUm beijinho doce e boa semana:)
Bela história, bela gente desta terra de Leiria tão acolhedora...encontraram o local ideal para viver momentos de paz e amor...e pelos vistos valeu a pena...adorei partilhar.
ResponderEliminarvoltarei sempre que puder
Um abraço
Só de passagem...
ResponderEliminarbj
Gostei de passar e ver que já recuperou esta sua faceta de tornar o real ainda mais belo...
ResponderEliminarJá há muito que não me cativava tanto passar por aqui como hoje...
è lindo ver que ainda existem amores destes... Quem sabe...!
Um beijo do tamanho do mundo Tio Carlos.
A ver se havia novidades....
ResponderEliminarbj
é bonito quando é assim. E vão sempre lembrar-se de ti.
ResponderEliminar"Uma história de ämor para toda a vida", muito bem contada, com imensa ternura e sensibilidade!
ResponderEliminarMeu amigo, a rosa, as mãos dadas, o passeio, oitenta anos...
Que beleza!
Bjs
Olá,
ResponderEliminarVim para ler algum novo escrito; nada encontrando...deixo meus sinceros desejos de que tenhas um Bom dia.
Paz Profunda . .
.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarPaz Profunda,
ResponderEliminar. .
.
Boas!
ResponderEliminarAgora que li, acho que estive presente neste belo momento!!
Nos dias de hj já não se encontra nada assim...Parábens desconhecidos!
Abraço.
Um amor maiúsculo com que todos sonhamos. Bem haja por partilhar o que de real ainda acontece.
ResponderEliminarUm beijinho para si
Minerva
Vim ver se havia novidades...
ResponderEliminarAssim deixo um beijo de bom fim de semana.
Bonita história escrita com uma sensibilidade muito especial.
ResponderEliminarparece-me ter sentido o cheiro da rosa.
Um abraço.
Então mais nada?
ResponderEliminarEstou à espera...
bj
já nem uma visita ao canto da sobrinha!
ResponderEliminarEste meu tio está a fica desleixado!
beijo!
Bom fim de semana.
ResponderEliminarQue se passa? Isto está parado...
Que pena....
bjs