23 de janeiro de 2007

Posso?...


Hoje, só hoje: posso ter um pouco de vaidade nas palavras?
Como quem cala consente , lá vai:
A GLNP.'. teve a gentileza de editar parte da minha croniqueta que fiz publicar no CBS e, mais tarde, trouxe a este espaço. "Coroa de Espinhos" é (foi!) muito mais do que um amontoado de palavras; talvez por isso, ilustres visitantes tenham deixado recados e disseram ao que vinham. A peça ( de jornal) teve por destino a Akákia Mimosa pelo tempo quase divino com que me obsequiou - ela que foi paixão e ternura, dor, desgosto e saudade, mas que se mantêm "musa" das minhas coisas por aqui e no "recato do secreto dos meus segredos".
Grato pela deferência da GLNP.'. e da fraternidade de quem me alimentou o ego.
Gratidão maior à Akákia Mimosa, "rosa e capicua" de curta primavera no meu outono.

.'.

18 de janeiro de 2007

De tanto cuidar, a rosa "murchou".
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Procurava uma "rosa triste",
desmaiada,
para acompanhar um texto que imaginava partilhar.
Eis que surge este "recado" e eu, com a devida vénia, faço-o meu.
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Até onde você pensa que vai, dias atrás chorava feito criança e hoje já quer se mostrar o mais maduro dos frutos. Cale a boca e me escute, desse jeito não se chega a lugar algum, as pessoas são muito importante, você sabe disso, não se esconda de seu passado, mas também não se entregue aos erros nele ocorridos.
O mundo é grande e dá muitas voltas, o troco chega, fique calmo, a toda hora te vejo esbravejar contra a vida e sua forma de fazer justiça, pois se acha que a forma está errada, vá em frente faça sua própria justiça, lute pelo que acredita e o que acha certo, talvez seja a melhor forma de acabar com esse rancor que se esconde por atrás desses seus sorrisos amarelos. Grite ao mundo e seja mais feliz, não perca tempo, pois ele é raro e curto, pois passa rápido e nunca mais volta.
Traga à tona sua verdadeira forma de pensar, conte a todos o que acha deles, não se esconda atrás dos muros da piedade, acabe com as mentiras que formam sua vida, não seja um ser desprezível, seja autêntico por mais que doa, seja feliz e deixe os outros serem.
Escrito por T_hiAgo às 21:20

14 de janeiro de 2007

O tempo da rosa


Diz a Isa:
"Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a tornou tão importante".
De facto, "...na minha cidade há um jardim com uma roseira no meio; de tão pequenino no formato, o jardim mais parece um canteiro - mas é um jardim!
Se gosto de rosas, tenho de cuidar da roseira...".
Cuidei!
Eis o resultado!


12 de janeiro de 2007

A propósito do Natal...

"Coroa de espinhos"
À "Akakia Mimosa"
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As margens do rio que corre aos pés da minha aldeia serrana, enfeitam-se de flores amarelas mal a Primavera acorda de meses de sono revigorante.
De menino lhe soube o enfeite e o aroma, perto do Urtigal, mas nem precisava de percorrer os caminhos enviesados que ainda nos levam àquele pedaço de paraíso, porque à porta da minha casa, do outro lado da rua, o panorama é exactamente igual, sobretudo agora, com a quinta do Chiado votada ao abandono, a Mimosa encontrou terra fértil e cresce sem rei nem roque. Selvagens ou não, pouco me importa, gosto daqueles cachos de um amarelo vivo, e só eu sei como me atraem no tempo próprio; depois, sim, as árvores desfeiam no tom verde-escuro e não lhes dou atenção. A Mimosa, pelo que sei, tem no Homem um inimigo acérrimo, e não é para menos: ela escorre por montes e vales, invade propriedades menos cuidadas, e se não houver tento, é bem capaz de, ilegitimamente, fecundar terra de cultivo.
Portanto, o Homem, no seu estimado interesse, mata-a mal começa a crescer aqui e ali, a medo, com duas folhinhas rendilhadas à procura do Sol que as fará crescidas na direcção das estrelas. Uma das variedades da família das Acácias, oriunda da Austrália, pelo que dizem os entendidos em Botânica, a Mimosa que conheço desde sempre, a dada altura passou a fazer parte da minha vida pela simbologia que trouxe ao imaginário dos rituais Maçónicos, com um deles, segundo a lenda, eternamente ligado à morte do Mestre Hiram Abif.
Sem mais pormenores que não vêm a propósito, fica, pelo menos, a assunção daquilo que sou, para que se entenda que há conhecimento mais lato…
Na busca do que é justo e perfeito, fiz da expressão grega Akakia código de namoro, visto ser usada (a expressão) para definir qualidade moral, inocência e pureza de vida, e juntei-lhe a portuguesa Mimosa para reforçar a sensibilidade e a ternura do encantamento, como também é a festa sempre anunciada do nascimento de Jesus - em si mesmo um acto de Amor, intenso e unânime. A criança que "está para nascer" vai ter a sua existência nefastamente ligada a uma das seiscentas espécies existentes, a acácia espinhosa, segundo alguns historiadores, que acreditam ter sido a coroa de espinhos com que os romanos coroaram Cristo antes da sua morte, feita de um ramo desta árvore, considerada sagrada pelos egípcios e outros povos.
A Bíblia é, aliás, rica em alusões à madeira da acácia; por ser dura e duradoura talvez tenha servido para construir a Arca (de Noé) e a Mesa da Última Ceia de Cristo… Li bastante sobre o tema, daí a liberdade com que me arrogo para especular: sendo a acácia considerada árvore sagrada, como interpretar então o gesto dos soldados romanos em relação a Cristo? Um acto de crueldade, de sentido burlesco, ou será que alguém, conhecedor do simbologia da acácia, induziu a soldadesca a usar este tipo de ornamento? A coroa de espinhos foi colocada na cabeça de Jesus com a intenção de fazer troça, como a Igreja Católica salienta? Esta relação entre a acácia espinhosa e Jesus Cristo talvez tivesse mais sentido lá para Abril, a propósito da Páscoa.
Mas se a Ressurreição é a festa do "renascimento" de Jesus, não é de todo descabido associar "o nascimento e a morte do Rei dos Judeus" num texto de jornal, que nem croniqueta é – apenas um devaneio, a que me propus. Agora, o que importa é o tom de festa pela alegria do nascimento de Jesus Cristo e não repetir o que se julga saber sobre o seu prematuro desaparecimento do mundo dos vivos, para que pudesse ser cumprido o desígnio de Deus - o Supremo Arquitecto do Universo - de acordo com as Escrituras. Entre hossanas e cânticos pagãos, o Natal, sem termos muito bem a consciência como isso é possível, é, na sua essência, um tempo de paz e fraternidade que nos toca de perto, mesmo aos não crentes na História de um menino que, pela sua conduta, revolucionou a Humanidade.
A interpretação simbólica e filosófica da Acácia, na Maçonaria, lembra o lado espiritual que existe dentro de nós, que jamais pode morrer - daí esta associação de ideias e ideais, face aos "mistérios", onde me revejo sem ambiguidades. Quanto às flores com que me deleito, espero pelo seu "nascimento", lá para Março

11 de janeiro de 2007

Surripiado à Rita

"A miséria não necessita de nenhum talento, qualquer um pode consegui-la. A felicidade precisa de talentos, gênio, criatividade. Somente as pessoas criativas são felizes."

9 de janeiro de 2007

"Um Almoço de Negócios em Sintra"-Hoje, Gerrit Komrij escreveria este livro?


Terminei a leitura de um livro excelente, pela qualidade da escrita e das “estórias” que, no todo, retratam o povo que fomos num passado não muito longínquo; apesar dos ventos que vão soprando algum progresso, estas cento e sessenta páginas de prosa ainda reflectem um pouco do povo que somos – tão actuais em certos casos e situações que me revejo em algum lugar onde oito anos de distância pouco ou nada acrescentaram às imagens que o autor retratou com mestria.
"Um Almoço de Negócios em Sintra", "é um retrato em corpo inteiro de Portugal e dos portugueses…" à data da primeira edição; antes, já o autor deambulava por aí de olhos bem abertos, por isso não é de estranhar a sua perspicácia na análise de hábitos e costumes enraizados na vivência de um povo.
Gerrit Komrij, escritor, poeta, ensaísta e tradutor, holandês pelo nascimento, é "oliveirense" adoptivo. São da sua lavra as estórias reais que verteu para esta obra, editada e reeditada em 1999.
Possivelmente, o livro está fora do circuito comercial, por isso não há intenção de levar eventuais leitores à sua aquisição, o que não seria de todo inútil, confesso, porque a leitura de "Um Almoço de Negócios em Sintra" talvez contribuísse para cada um de nós esboçar, pelo menos, o seu auto-retrato. Estou certo que encontraríamos "pontos comuns" com algumas figuras ali descritas, não nos pormenores estéticos, mas perfeitamente identificados nas personalidades recebidas por herança e das quais não nos conseguimos libertar, vá-se lá saber porquê (ou sabemos?).
O senhor Gerrit está, no livro, contra os senhores dos guichés das repartições públicas, (e eu também - estamos todos!) porque, como relata "muito nas calmas, vão cavaqueando…"; salienta, pela negativa, a enorme burocracia de que somos vítimas, e dos bucólicos e ronceiros carros de bois (ainda circulam por aí?) poetiza uma imagem simpática, mas não compreende "o que é isso de existir uma alma portuguesa", talvez fatalista - tão fatalista como a força do fado que não consegue definir. É – escreve – sentimental de alto a baixo, sem nunca ser vulgar.
A aldeia onde mora o "nosso conterrâneo", escreve, é muito carente, mas o presidente de Junta de Freguesia (naturalmente, o livro no seu todo ou em parte foi escrito por altura de eleições autárquicas) não se cansou de fazer promessas "eleitoralistas"!. "Veremos se cumpre, sobretudo o alargamento do cemitério", mas o senhor Gerrit sugere ao eleito: já que "à menor lufada de vento, falta a electricidade. Dez, doze vezes, por minutos ou por umas horas. O senhor presidente da junta bem poderia pedir um reforço do distribuidor local". Hoje como ontem, afinal…
O incumprimento de horários é outro dos aspectos do retrato de ser português…
As casas tipo "maison" também não passaram despercebidas ao seu olhar atento, e um dos capítulos é inteiramente dedicado à "fealdade com que Portugal está salpicado".
Singelas citações da obra servem, tão só, para se ficar com uma ideia do manancial das observações descritas - algumas incomodam pela irreverência do conto, mas certo sentido de humor, adoça a prosa. Poderia "surripiar" do livro outros apontamentos interessantes, mas como estão inseridos em determinados contextos, seria pura especulação o acto em si. Fica, porém, o conselho: se tiverem oportunidade, não deixem de saborear as "estórias" deste "Almoço de Negócios em Sintra".
O País que temos, caminha em velocidade cruzeiro, de facto, mas lá vai fazendo pela vida e nem tudo está como era dantes, felizmente. Hoje, Gerrit Komerij escreveria este livro?
...
Gerrit Komerij é uma das figuras mais marcantes da vida intelectual holandesa. Em 1993 foi-lhe atribuído o prémio P.C. Hooft de Ensaio, um dos mais importantes galardões literários do seu país. É autor de mais de meia centena de obras literárias e contabiliza uma mão cheia de prémios prestigiantes; em 2000 foi eleito pelo público para ser o Poeta da Nação (Holanda), estatuto que é atribuído por um período de cinco anos. Vive em Vila Pouca da Beira desde 1984.

1 de janeiro de 2007

Nada mudou?

Acordei, olhei à minha volta, liguei a TV, procurei um canal que me mostrasse um tempo novo, mas está tudo na mesma - até as notícias.Bem, tudo tudo não estará ( digo eu...): daqui a pouco, se tiver de utilizar o dia, o mês e o ano na escrita, vou ter de alterar o dia, o mês e o ano deste novo tempo!
Afinal, sempre mudou qualquer coisa...
Aumentos da gasolina, água, pão, etc e tal? Mas isso é moda a que fui obrigado a aderir, mas não me sinto nada bem com a farda - é muito apertada, tolhe-me os movimentos.
Agora vou à vida, que a morte está certa. Para já, um valente e molhado banho com água bem quente.Entretanto, bebi um chá para limpar certas miudezas... interiores!
(Ouvi , não vi, na TV, que mataram um homem mau e, com tal acto, resolveu-se um pequeno problema de guerra no país onde ele tinha sido mau. Simples, digo eu, que não gosto de guerras e muito menos de armas de matar - nem de cordas com nó corrediço, que servem para apertar pescoços de homens maus.
Ups... na TV uma senhora diz: no Iraque a guerra continua!Verdade?
...Já esquecia de declarar que a Akákia não retribuiu os meus votos de muita saúde para este ano - uma ingrata, é o que ela é, paciência; bem me queria parecer que nada tinha mudado depois da meia noite...).
Feita a declaração do estilo, vou ao banho que se faz tarde.